top of page

Compreendendo as religiões

Conceito sobre religiões (monoteístas) e o centro da fé cristã.

Um perspectiva sobre as religiões e a tolerância religiosa (base do amor de Cristo).


Uma compreensão profunda dos conceitos religiosos pode levar à tolerância e ao respeito pelas diferentes crenças, promovendo assim uma convivência pacífica e harmoniosa entre os povos.


As religiões monoteístas são aquelas que adoram apenas um único deus ou divindade. Essa divindade é vista como o criador e governante supremo do universo e do destino humano. As religiões monoteístas compartilham a crença em um único Deus, que é visto como onipotente, onisciente e onipresente. Alguns exemplos de religiões monoteístas incluem o Cristianismo, o Judaísmo e o Islamismo.


As religiões monoteístas são diferentes das religiões politeístas, que adoram múltiplas divindades, e das religiões panteístas, que consideram Deus como uma entidade presente em todas as coisas. A crença em um único Deus é central para as religiões monoteístas e influencia a teologia, a ética e as práticas religiosas dessas tradições. A noção de um Deus único e supremo pode oferecer uma sensação de ordem e significado no universo, bem como uma fonte de orientação moral e espiritual para seus seguidores.


Jerusalém é considerada uma cidade sagrada para as três principais religiões monoteístas do mundo: o Cristianismo, o Judaísmo e o Islamismo. Isso se deve principalmente à sua importância histórica, religiosa e política.


(Foto: Canvas)


Para os judeus, Jerusalém é a cidade onde o templo sagrado foi construído por Salomão e reconstruído por Herodes, tornando-se o centro da adoração a Deus. Além disso, é onde se encontra o Muro das Lamentações, o lugar mais sagrado do judaísmo, considerado como o único vestígio visível do Templo de Salomão. Acreditam que Jerusalém é a cidade escolhida por Deus para ser a capital eterna dos judeus.


Para os cristãos, Jerusalém é a cidade onde Jesus Cristo foi crucificado, sepultado e ressuscitou, tornando-se o centro de sua fé. É o local de muitos eventos importantes descritos na Bíblia, incluindo a Última Ceia, a Via Dolorosa e o Calvário, onde Jesus foi crucificado. Assim, Jerusalém é vista como uma cidade sagrada para os cristãos em todo o mundo, especialmente para as igrejas católica, ortodoxa e protestante.


Para os muçulmanos, Jerusalém é a terceira cidade mais sagrada depois de Meca e Medina. É a cidade para onde o profeta Maomé fez sua jornada noturna, ou Miraj, ascendendo ao céu. Além disso, acredita-se que a mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém seja o local onde o profeta Maomé orou com os profetas anteriores, incluindo Abraão, Moisés e Jesus.


Assim, Jerusalém é uma cidade sagrada para as três principais religiões monoteístas do mundo, e essa importância compartilhada muitas vezes foi fonte de tensão e conflito ao longo da história. O controle da cidade tem sido objeto de disputa entre judeus, cristãos e muçulmanos, e é um tema de grande importância política e religiosa até os dias de hoje.


O Islamismo é uma religião monoteísta fundada pelo profeta Maomé, na região da Península Arábica, no século VII. O Islã é baseado na crença em um único Deus, Alá, que é visto como o criador e governante supremo do universo. Os seguidores do Islã são chamados de muçulmanos e acreditam que a palavra de Deus foi revelada a Maomé por meio do Alcorão, o livro sagrado do Islã.


Islamismo. A crença central do Islã é a submissão à vontade de Deus e o cumprimento dos seus mandamentos, conhecidos como os Cinco Pilares do Islã:

  1. Shahada: a declaração de fé em Alá como o único Deus e em Maomé como seu profeta.

  2. Salat: a oração diária, feita cinco vezes ao dia, voltado para Meca.

  3. Zakat: a doação de esmolas e caridade aos pobres e necessitados.

  4. Sawm: o jejum durante o mês sagrado do Ramadã.

  5. Hajj: a peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida, para aqueles que têm condições financeiras e de saúde para fazê-lo.

Os muçulmanos acreditam que a vida na terra é uma preparação para a vida após a morte e que a recompensa final ou o castigo será dado por Deus, dependendo da vida que cada indivíduo viveu. A moralidade e a ética são importantes para os muçulmanos e são baseadas na submissão a Deus, na justiça, no cuidado com os pobres e necessitados, na honestidade e no respeito aos outros.


Além disso, o Islamismo tem um importante papel social e político. O sistema político islâmico é conhecido como califado, e os líderes políticos são chamados de califas. O Islã também tem uma forte tradição de conhecimento e estudo, e os estudiosos do Islã desempenham um papel importante na interpretação das escrituras sagradas e no desenvolvimento da teologia islâmica.


O Islã é praticado em todo o mundo e possui várias denominações, incluindo o sunita e o xiita. O Islã tem uma grande influência na cultura, na arte e na arquitetura de muitas regiões do mundo e é uma das religiões mais populares e de crescimento mais rápido.


O Judaísmo é uma das religiões mais antigas do mundo, com cerca de 4.000 anos de história. É uma religião abraâmica monoteísta, o que significa que acredita em um único Deus e tem como suas escrituras sagradas a Torá, composta pelos cinco primeiros livros da Bíblia.


A crença central do Judaísmo é a aliança entre Deus e o povo judeu. Essa aliança é baseada na crença de que Deus escolheu o povo judeu para ser seu povo escolhido e que ele fez uma promessa de proteção e orientação aos judeus. Os judeus acreditam que essa aliança foi estabelecida com o patriarca Abraão, continuou com Moisés, que recebeu a Torá no Monte Sinai, e se mantém até hoje.


Os judeus também acreditam em um conjunto de valores éticos e morais, que são ensinados na Torá e nas outras escrituras sagradas. Eles valorizam a justiça, a compaixão, a verdade, a bondade, a honestidade e a igualdade. A vida judaica é regida por muitas leis e tradições, que incluem o Shabat (dia de descanso), a Kashrut (leis alimentares), o Bar Mitzvá (ritual de passagem para meninos judeus) e o Bat Mitzvá (ritual de passagem para meninas judeus).


O estudo da Torá e a prática das mitzvot (mandamentos) são centrais para a vida judaica. As mitzvot incluem as leis éticas e morais, as leis de culto e as leis que governam a vida diária dos judeus. A vida religiosa é organizada em torno de sinagogas, que são os locais de culto judaico, e os rabinos, que são os líderes religiosos e os professores da Torá.


O Judaísmo é uma religião diversa, com várias denominações e tradições, incluindo o judaísmo ortodoxo, conservador, reformista e reconstrucionista. Cada uma dessas denominações tem suas próprias práticas e interpretações da lei judaica. O Judaísmo é praticado em todo o mundo e tem tido uma forte influência na cultura, na filosofia e na história do mundo ocidental.


O Cristianismo é uma religião monoteísta que se baseia na vida, nos ensinamentos e na morte de Jesus Cristo, que é considerado pelos cristãos como o Filho de Deus e o Salvador da humanidade.


Os cristãos acreditam que Jesus nasceu em Belém, na Judeia, há cerca de dois mil anos, e que ele foi enviado por Deus para ensinar os seres humanos sobre o amor, a justiça e a misericórdia divinas. Segundo a crença cristã, Jesus foi crucificado pelos romanos a mando das autoridades religiosas judaicas, mas ressuscitou ao terceiro dia e ascendeu aos céus.


A crença central do Cristianismo é a salvação da alma pela fé em Jesus Cristo. Os cristãos acreditam que todos os seres humanos são pecadores e precisam de salvação, e que Jesus Cristo é o único caminho para a redenção e a vida eterna. Através da crença em Jesus Cristo e da aceitação de seu sacrifício na cruz, os cristãos acreditam que podem obter o perdão dos pecados e a salvação da alma.


O Cristianismo é composto por diversas denominações e tradições, como a Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa e as igrejas protestantes. Cada uma dessas denominações tem suas próprias interpretações e práticas religiosas, mas todas compartilham a mesma crença fundamental na figura de Jesus Cristo como o Filho de Deus e o Salvador da humanidade.

A prática religiosa cristã envolve a leitura e o estudo da Bíblia, a participação em cultos e celebrações religiosas, a oração e o engajamento em atividades de caridade e assistência social. Os cristãos também seguem uma série de preceitos morais e éticos, como o amor ao próximo, a honestidade, a justiça e a compaixão, que são vistos como reflexo dos ensinamentos de Jesus Cristo.


A unidade do Cristianismo é estabelecida em torno da crença na ressurreição de Jesus Cristo, que é considerado pelos cristãos como o evento mais importante da história da religião. A crença na ressurreição de Jesus Cristo é considerada a base da fé cristã, pois é vista como a confirmação da divindade de Jesus e de sua missão redentora.


De acordo com a crença cristã, Jesus Cristo morreu na cruz para redimir a humanidade de seus pecados, mas ressuscitou ao terceiro dia, demonstrando seu poder sobre a morte e cumprindo as profecias das Escrituras. A ressurreição de Jesus é vista como a prova definitiva de sua divindade, de sua vitória sobre o pecado e a morte, e de sua capacidade de oferecer a salvação e a vida eterna a todos os que acreditam nele.


Embora o Cristianismo seja uma religião composta por diversas denominações e tradições, a crença na ressurreição de Jesus Cristo é comum a todas elas e é vista como um ponto de unidade fundamental. A celebração da Páscoa, que comemora a ressurreição de Jesus Cristo, é uma das datas mais importantes do calendário cristão e é celebrada por cristãos de todas as denominações em todo o mundo.


De acordo com a crença cristã, Jesus Cristo prometeu a ressurreição de todos no final dos tempos. Os cristãos acreditam que, ao final da história humana, Jesus voltará à Terra e ressuscitará os mortos para julgamento, concedendo a vida eterna aos justos e condenando os ímpios.


A ressurreição é vista pelos cristãos como um evento futuro e inevitável, e é considerada uma promessa de esperança e vida eterna para aqueles que creem em Jesus. A crença na ressurreição dos mortos é um dos pilares da fé cristã, e é expressa na profissão de fé dos cristãos em todo o mundo, como por exemplo, no Credo Apostólico.


Para os cristãos, a promessa de Jesus de ressuscitar os mortos é vista como uma expressão do amor divino e do poder de Deus sobre a morte e o pecado. A ressurreição de Jesus é considerada a garantia dessa promessa, pois ela demonstra a vitória de Deus sobre a morte e a abertura do caminho para a vida eterna para todos os que creem em Jesus.


A fé em Jesus e na ressurreição é vista como uma questão de salvação, pois acreditar em Jesus é a única forma de se reconciliar com Deus e obter a vida eterna. Essa crença é expressa na Bíblia, especialmente no Novo Testamento, onde Jesus afirma que “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6).


Acreditar na ressurreição de Jesus é o elemento central da fé cristã, é a promessa de vida. É a condição fundamental para ser cristão. Essa crença é o que diferencia o Cristianismo das outras religiões e é considerada a essência da fé cristã.


Em tempo: apesar das religiões monoteístas (Cristianismo, o Judaísmo e o Islamismo) terem diferenças significativas em suas doutrinas e práticas, elas reconhecem a existência de um Deus comum, embora tenham concepções distintas sobre a natureza de Deus.


As religiões não monoteístas são aquelas que não acreditam em um único Deus, mas em vários deuses e deusas ou em forças sobrenaturais que regem o universo. Algumas das principais religiões não monoteístas incluem:


Hinduísmo: É a religião mais antiga da Índia e uma das mais antigas do mundo. Os hindus acreditam em vários deuses e deusas, cada um com uma função específica no universo. Eles também acreditam em reencarnação, *karma e no caminho da salvação que leva à libertação do ciclo de nascimento e morte. *Karma é uma palavra sânscrita que significa “ação” ou “atividade”. O karma é entendido como um tipo de lei cósmica que governa as consequências das ações humanas. De acordo com essa lei, toda ação que uma pessoa realiza, física ou mentalmente, gera uma reação ou consequência, que pode ser positiva ou negativa. Isso significa que as ações que realizamos hoje afetam nosso futuro, e a qualidade dessas ações determina a qualidade das consequências que experimentaremos no futuro. O karma é frequentemente associado com a ideia de reencarnação, ou seja, a crença de que a alma passa por muitas vidas em um ciclo infinito de nascimento e morte. De acordo com essa crença, o karma que acumulamos em uma vida afeta as circunstâncias da próxima vida, determinando o nosso destino e as nossas experiências. No entanto, o karma não é visto como uma forma de punição divina, mas sim como uma oportunidade de aprendizado e crescimento pessoal. Acredita-se que, através da compreensão e prática correta das ações corretas, podemos purificar nosso karma e criar um futuro mais positivo e feliz para nós mesmos e para os outros. O karma é um conceito complexo que enfatiza a importância das nossas ações no mundo e nas nossas vidas futuras, e é uma parte central da filosofia espiritual de muitas tradições orientais.


Budismo: Fundada na Índia no século VI a.C., o Budismo ensina que o objetivo da vida é alcançar a iluminação e se libertar do sofrimento. Os budistas acreditam em um ciclo de nascimento e morte, mas não em um Deus criador. Em vez disso, eles acreditam em um conjunto de ensinamentos e práticas que levam à iluminação. No Budismo eles também acreditam em *karma.


Xintoísmo: É a religião tradicional do Japão e se baseia na crença em vários deuses e espíritos da natureza. Os praticantes do Xintoísmo acreditam que os deuses habitam todos os aspectos do mundo natural, como montanhas, rios e árvores. Eles também acreditam na ancestralidade e na importância da família.


Religiões africanas tradicionais: São um conjunto diverso de crenças e práticas que são praticadas em toda a África. Elas se baseiam na crença em uma série de deuses, espíritos e ancestrais, que são considerados responsáveis pela criação e manutenção do mundo. As religiões africanas tradicionais são caracterizadas por rituais, danças, música e tradições orais.


Religiões indígenas: São um conjunto de crenças e práticas religiosas de povos indígenas em todo o mundo. Elas se baseiam na crença em forças sobrenaturais que habitam o mundo natural e são responsáveis pela criação e manutenção do universo. As religiões indígenas são caracterizadas por rituais, danças, música e tradições orais.


Espiritismo: O Espiritismo é uma doutrina filosófica e religiosa que se originou na França no século XIX. Ela se baseia nas ideias do pedagogo e escritor francês Allan Kardec, que compilou e organizou informações obtidas por meio de comunicações com espíritos por meio de médiuns. Não há como negar que a doutrina espírita bebe muito da fonte do Budismo que é mais longeva e muito bem fundamentada filosoficamente. A doutrina espírita acredita na existência de Deus, na imortalidade da alma e na reencarnação. Ela ensina que os seres humanos são compostos de um corpo físico e um espírito, e que o objetivo da vida é evoluir espiritualmente por meio do desenvolvimento de virtudes como amor, caridade, humildade e tolerância. O Espiritismo também defende a ideia de que os espíritos que já deixaram o plano terrestre podem se comunicar com os vivos por meio de médiuns, trazendo mensagens de conforto, esclarecimento e orientação. O Espiritismo é uma doutrina que busca promover o crescimento espiritual e moral dos seres humanos, por meio da investigação, estudo e prática de seus princípios. Ele se baseia na crença em Deus, na imortalidade da alma e na comunicação com espíritos por meio de médiuns, além de valorizar a ciência e a razão como ferramentas para o desenvolvimento humano.


Religiões de matrizes africanas: As religiões de matrizes africanas são um conjunto de religiões originárias do continente africano que foram trazidas pelos africanos escravizados para as Américas e que se misturaram com as crenças locais, dando origem a diversas tradições religiosas afro-brasileiras, afro-cubanas, afro-haitianas, entre outras. Essas religiões são caracterizadas por sua forte ligação com a natureza, com os elementos da terra, do ar, da água e do fogo, e com a espiritualidade dos antepassados. Elas acreditam na existência de um Deus supremo, que pode ter diferentes nomes dependendo da tradição, e em diversos orixás, voduns ou inquices, que são divindades intermediárias entre os seres humanos e o Deus supremo. As religiões de matrizes africanas também são conhecidas por sua rica tradição de cultos e rituais, que incluem danças, cantos, oferendas, sacrifícios, entre outros. Essas práticas são realizadas em templos, terreiros ou casas de culto, e têm como objetivo estabelecer uma comunicação entre os seres humanos e os seres divinos. Entre as principais religiões de matrizes africanas estão o Candomblé, a Umbanda, o Batuque, o Tambor de Mina, o Xangô do Nordeste, o Omoloko e o Xambá. Cada uma dessas religiões tem suas próprias tradições, crenças e práticas, mas todas compartilham uma forte ligação com a natureza, a espiritualidade e a ancestralidade africana.


O Espiritismo e as religiões de matrizes africanas são duas coisas diferentes, com origens, crenças e práticas distintas. Embora o Espiritismo e as religiões de matrizes africanas possam compartilhar alguns aspectos, como a crença na existência de uma dimensão espiritual, a comunicação com espíritos e a prática da caridade, elas são coisas distintas, com origens, crenças e práticas diferentes. Cada uma delas tem suas próprias características e deve ser compreendida e respeitada em sua singularidade. As religiões de matrizes africanas têm uma forte conexão com a cultura e a identidade afro-brasileira, e são reconhecidas como patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).


A palavra “macumba” é um termo de origem africana que pode ser utilizado para se referir a um conjunto de práticas religiosas afro-brasileiras, como o Candomblé, a Umbanda e outras religiões de matriz africana. No entanto, ao longo do tempo, o termo “macumba” passou a ser utilizado de forma pejorativa e discriminatória para se referir a essas religiões, associando-as a práticas negativas como feitiçaria, magia negra e rituais de sacrifício. A discriminação contra as religiões de matriz africana, incluindo o Candomblé e a Umbanda, é historicamente enraizada no Brasil, em grande parte devido ao racismo e preconceito contra a cultura afro-brasileira. Desde o período colonial, essas práticas foram alvo de perseguição e repressão por parte da Igreja Católica, das Igrejas Evangélicas (Protestantes) e do Estado brasileiro, que as consideravam como “superstição” ou “paganismo”. Além disso, a mídia e a cultura popular brasileira contribuíram para perpetuar essa discriminação, retratando frequentemente as religiões de matriz africana de forma estereotipada e caricatural, associando-as a imagens negativas e simplificando suas crenças e práticas.


A “macumba” e a capoeira são expressões culturais afro-brasileiras que, por muito tempo, foram marginalizadas pela sociedade brasileira. Isso se deve, em grande parte, ao preconceito e à dominação ideológica que essas práticas sofreram no passado. Vale salientar que o movimento pentecostal e neopentecostal brasileiro (sem generalizar) elegeram a “macumba” como um inimigo natural no século XXI, isso fica demonstrado no discurso e infelizmente também nas condutas violentas contra os praticantes das religiões afro-brasileiras. A “macumba”, por exemplo, é uma religião afro-brasileira que mistura elementos do candomblé, do catolicismo e de outras tradições religiosas. Por ser associada a práticas consideradas “bruxaria” e “feitiçaria”, a “macumba” foi perseguida e demonizada por muitos anos no Brasil, o que contribuiu para a sua marginalização e estigmatização. Já a capoeira, uma arte marcial afro-brasileira que mistura dança, música e luta, também sofreu preconceito e discriminação por muito tempo. No período colonial, a capoeira era vista pelas autoridades como uma prática de rebelião e subversão, sendo proibida e perseguida. Mesmo após a sua legalização, a capoeira continuou sendo marginalizada e estigmatizada, sendo vista como uma prática violenta e associada a grupos marginalizados da sociedade. Em ambos os casos, o preconceito e a dominação ideológica contribuíram para a marginalização e estigmatização dessas práticas culturais afro-brasileiras, que foram vistas como ameaças à ordem estabelecida.


No entanto, hoje em dia, a “macumba” e a capoeira são reconhecidas como expressões culturais importantes e valorizadas por muitos brasileiros e pessoas ao redor do mundo. Hoje em dia, ainda existe discriminação contra as religiões de matriz africana no Brasil e em outros países, e muitas vezes essa discriminação é baseada em estereótipos e falta de compreensão sobre essas religiões e suas práticas. No entanto, também há um crescente movimento de valorização e respeito pela cultura afro-brasileira, que busca combater o preconceito e a discriminação e promover a igualdade e o respeito entre as diferentes religiões e culturas.


Essas religiões não monoteístas têm uma diversidade de práticas e crenças, mas compartilham a crença em múltiplos deuses e espíritos que governam o mundo natural e influenciam a vida das pessoas.


Amar como Jesus amou.


A tolerância religiosa é uma virtude que Jesus espera de todos nós, pois ele pregava o amor ao próximo, independentemente de suas crenças ou origens. Em diversos momentos em seus ensinamentos, Jesus deixou claro que o amor e o respeito ao próximo devem ser a base de nossas atitudes e relações interpessoais.



Um exemplo disso é a parábola do bom samaritano, na qual Jesus enfatiza a importância de ajudar e cuidar do próximo, independentemente de sua religião ou origem étnica. O samaritano, que era de uma religião diferente da do homem que precisava de ajuda, foi quem parou para ajudá-lo, enquanto outros, que eram de sua mesma religião, ignoraram sua situação.


Além disso, Jesus também ensinou que não devemos julgar ou condenar os outros por suas crenças religiosas. Em uma passagem bíblica, ele diz: “Não julgueis, para que não sejais julgados” (Mateus 7:1), destacando a importância de respeitar as diferenças e não impor nossas crenças sobre os outros.


Pregar o evangelho a toda criatura não significa impor uma colonização religiosa a todos, pois Jesus não pregou a imposição de sua religião, mas sim a mensagem de amor, compaixão e salvação para todos. Em seus ensinamentos, Jesus enfatizou a importância de amar a Deus acima de tudo e amar o próximo como a si mesmo, independentemente de sua religião, origem ou posição social.


Ao pregar o evangelho, Jesus não buscava impor sua religião aos outros, mas sim convidar as pessoas a experimentarem a mensagem de amor, compaixão e salvação que ele oferecia. Isso significa que a pregação do evangelho deve ser feita de forma respeitosa, sem impor nossas crenças e valores aos outros.


O amor é a base do evangelho e da mensagem de Cristo, e a tolerância é uma das principais virtudes que deve ser cultivada para que esse amor seja efetivado. A tolerância é fundamental para que possamos conviver em harmonia com as diferenças religiosas e culturais, e ela é um reflexo do amor que Jesus nos ensinou a ter pelo próximo.


Portanto, é importante que aqueles que pregam o evangelho o façam com humildade, amor e respeito, sem impor suas crenças aos outros. A pregação do evangelho deve ser feita de forma a convidar as pessoas a conhecerem e experimentarem a mensagem de amor e salvação que Jesus oferece, sem qualquer forma de imposição ou coerção. Essa é a base do amor de Cristo, que nos ensina a amar e respeitar o próximo como a nós mesmos, independentemente de suas crenças ou origens.


Ismênio Bezerra

 

Tolerância religiosa é a base para a convivência pacífica e harmoniosa entre indivíduos de diferentes crenças e tradições.


A fé madura nos ajuda a evoluir, pois nos permite enxergar além das aparências e encontrar significado e propósito em meio aos desafios da vida.

Deixe um comentário!

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page